Soluções Baseadas na Natureza ganham espaço no agronegócio brasileiro, reduzem custos, eliminam inseticidas e ampliam competitividade no mercado internacional.

Agronegócio amplia uso de soluções naturais para controle de pragas e redução de custos

Soluções Baseadas na Natureza ganham espaço no agronegócio brasileiro, reduzem custos, eliminam inseticidas e ampliam competitividade no mercado internacional.

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As chamadas Soluções Baseadas na Natureza vêm sendo incorporadas de forma crescente pelo agronegócio brasileiro, especialmente após o destaque dado ao tema em fóruns internacionais como a COP-30. Produtores rurais passaram a identificar que práticas sustentáveis podem gerar ganhos econômicos concretos, além de benefícios ambientais e sociais, ao reduzir custos operacionais, minimizar riscos à saúde e atender exigências cada vez mais rigorosas dos mercados internacionais.

No setor de óleo de palma, a Agropalma se consolidou como uma das principais referências nacionais na adoção dessas soluções. A empresa abandonou completamente o uso de inseticidas químicos em suas áreas produtivas e passou a investir em métodos naturais de controle de pragas, baseados no equilíbrio dos ecossistemas. Segundo a direção da companhia, a estratégia parte do princípio de que a própria natureza oferece mecanismos eficientes para o manejo agrícola.

Entre as práticas adotadas está o controle biológico, que utiliza predadores naturais para conter o avanço de insetos prejudiciais às plantações. Um dos métodos envolve a criação, em laboratório, de percevejos predadores da lagarta-desfolhadora, considerada uma das principais pragas da cultura da palma. Esses insetos são desenvolvidos em ambiente controlado e estimulados desde o início a se alimentar de suas presas. Após atingirem a fase adulta, são liberados nas lavouras com o auxílio de drones, permitindo uma distribuição precisa e eficiente.

De acordo com a empresa, a introdução dos predadores resultou em redução significativa da incidência de lagartas e besouros nocivos, contribuindo para a manutenção da produtividade sem o uso de produtos químicos. A estratégia também diminui impactos ambientais e riscos de contaminação do solo, da água e da fauna local.

Outra técnica empregada é o cultivo de espécies nectaríferas intercaladas às áreas de produção da palma de óleo. Essas plantas atraem insetos que atuam como predadores naturais das pragas, ajudando a manter o equilíbrio biológico das lavouras. Além disso, essas espécies auxiliam na captura de gás carbônico da atmosfera e contribuem para a melhoria da fertilidade do solo, reforçando os benefícios ambientais da prática.

A Agropalma também utiliza microrganismos como parte do controle biológico. Em laboratório, a empresa isola vírus e bactérias que atacam lagartas e, posteriormente, esses agentes são disseminados de forma controlada no campo, permitindo que a própria população de insetos propague a doença entre si. A companhia aplica esse conjunto de soluções em aproximadamente 40 mil hectares de produção no estado do Pará, sem recorrer a inseticidas químicos.

Segundo a direção da empresa, a eliminação de pesticidas traz vantagens diretas para o negócio. A ausência de produtos químicos evita a contaminação dos alimentos, protege trabalhadores e comunidades vizinhas, preserva cursos d’água e reduz a mortalidade de aves e outros animais. Além disso, o controle natural de pragas apresenta custo inferior ao uso de inseticidas e reduz perdas na produção, tornando a operação mais eficiente.

Outro fator destacado é a competitividade no mercado internacional. Produções que seguem padrões ambientais rigorosos encontram maior facilidade para acessar compradores externos, especialmente em países que adotam regras mais restritivas para importação de produtos agrícolas. A adoção das Soluções Baseadas na Natureza, portanto, passa a ser vista não apenas como uma medida ambiental, mas também como uma estratégia econômica.

O Brasil produz cerca de 600 mil toneladas de óleo de palma por ano, e aproximadamente 25% desse volume é originado da Agropalma. A empresa conta com seis indústrias de extração de óleo bruto, duas refinarias e um terminal de exportação alfandegado, além de empregar cerca de cinco mil colaboradores. A experiência da companhia reforça a tendência de que práticas sustentáveis, baseadas no funcionamento dos ecossistemas naturais, devem ocupar espaço cada vez maior no agronegócio brasileiro.

Soluções Baseadas na Natureza ganham espaço no agronegócio brasileiro, reduzem custos, eliminam inseticidas e ampliam competitividade no mercado internacional.
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