O universo do rock perdeu um de seus maiores símbolos. Ace Frehley, guitarrista original e cofundador da banda Kiss, faleceu aos 74 anos, deixando um legado que marcou gerações e redefiniu a presença do guitarrista nos palcos. A morte foi confirmada nesta quinta-feira (17) por familiares e representantes do músico.
Segundo informações da imprensa norte-americana, Frehley morreu em sua casa, em Morristown, Nova Jersey (EUA), após complicações decorrentes de uma queda sofrida em seu estúdio semanas antes. O acidente provocou uma hemorragia cerebral, e o artista chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu. Ele faleceu cercado por familiares e amigos próximos.
Um nome que fez história no rock
Nascido Paul Daniel Frehley, em 27 de abril de 1951, no Bronx, em Nova York, Ace tornou-se mundialmente conhecido ao integrar o quarteto formado em 1973 por Paul Stanley, Gene Simmons e Peter Criss. O grupo viria a se transformar em uma das maiores bandas de rock da história: o Kiss.
Com sua maquiagem prateada e o personagem “The Spaceman” (ou “Space Ace”), Frehley ajudou a construir a identidade visual e sonora da banda. Seus solos criativos, repletos de energia e teatralidade, influenciaram gerações de músicos. A postura ousada e o estilo inconfundível do guitarrista contribuíram para que o Kiss transcendesse a música e se tornasse um verdadeiro fenômeno cultural.
Frehley participou de álbuns que se tornaram clássicos do rock, como “Destroyer” (1976), “Love Gun” (1977) e “Alive!” (1975). Além de ser responsável por parte dos riffs mais emblemáticos da banda, ele também colaborou com a criação do logotipo icônico do Kiss, consolidando seu papel essencial na formação da identidade do grupo.
Carreira solo e recomeços
Após deixar o Kiss pela primeira vez em 1982, Ace iniciou uma carreira solo bem-sucedida, lançando o álbum “Frehley’s Comet”, que recebeu elogios da crítica e do público. O guitarrista retornou à banda em 1996 para a turnê de reunião, reencontrando os colegas em apresentações marcadas pela nostalgia e pela energia que o consagrou.
Mesmo com altos e baixos, Frehley manteve uma base fiel de fãs, consolidando-se como um dos guitarristas mais carismáticos da história do rock. Seus shows solo misturavam humor, improviso e técnica apurada, refletindo a personalidade criativa e rebelde que o acompanhou desde os primeiros dias no palco.
Os últimos dias e o legado
Em setembro de 2025, Ace sofreu uma queda em seu estúdio particular, o que o levou a cancelar compromissos da turnê que faria naquele mês. Pouco depois, desenvolveu complicações cerebrais e foi hospitalizado em estado delicado. Apesar dos esforços médicos, o músico não resistiu.
A notícia de sua morte gerou comoção mundial. Nas redes sociais, colegas de banda, artistas e fãs prestaram homenagens ao guitarrista, lembrando sua genialidade e influência. Paul Stanley e Gene Simmons, seus antigos companheiros de estrada, divulgaram notas lamentando a perda e descrevendo Ace como um “soldado insubstituível do rock”.
Muitos artistas destacaram como Frehley transformou o papel do guitarrista em algo maior que o próprio instrumento — ele representava a personificação do rock’n’roll: extravagante, autêntico e repleto de atitude.
O homem por trás da maquiagem
Apesar da imagem de astro do rock, Frehley sempre se descreveu como um homem simples, apaixonado por música e pelas pessoas. Em entrevistas, dizia que o sucesso era importante, mas que nada superava a alegria de subir ao palco e sentir a resposta do público.
“Eu sempre acreditei que o rock é sobre liberdade, sobre fazer o que se ama sem pedir permissão”, disse em uma entrevista de 2019. Essa filosofia acompanhou toda a sua trajetória, refletida em cada acorde e em cada apresentação.
Sua autenticidade o tornou um ídolo acessível — alguém que, mesmo em meio a explosões de palco e guitarras flamejantes, transmitia sinceridade e conexão com os fãs.
Eterno como um riff
Com Ace Frehley, o mundo perde um artista que ajudou a definir a estética e a sonoridade de uma era. Seus solos e composições continuam ecoando em estádios, bares e fones de ouvido de quem encontra na música uma forma de liberdade.
Sua presença no Kiss moldou o que entendemos hoje como rock de arena — uma mistura de espetáculo, energia e emoção. E, embora ele tenha deixado os palcos, sua influência continuará viva em cada jovem guitarrista que ousar subir ao palco com brilho nos olhos e distorção no amplificador.
Ace Frehley não foi apenas um guitarrista: foi um símbolo da rebeldia criativa, da paixão pelo som e da coragem de ser autêntico em um mundo cada vez mais padronizado. Sua música permanece, e seu nome ecoará nas próximas gerações — como todo verdadeiro astro do rock merece.

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