Um grave caso de violência sexual envolvendo integrantes dos Bombeiros Voluntários do Fundão, em Portugal, resultou na queda do comandante José Sousa e abriu uma das maiores crises da corporação. A denúncia, feita por um bombeiro de 19 anos, aponta que ele foi vítima de um estupro coletivo dentro do próprio quartel, durante um suposto “trote” aplicado por colegas mais antigos.
A investigação conduzida pela Polícia Judiciária levou à detenção de oito dos onze bombeiros suspeitos, todos agora acusados de crimes de estupro e coação sexual. Os demais também se tornaram alvo do processo e foram afastados de suas funções enquanto a apuração prossegue. A corporação confirmou as suspensões e informou que um inquérito interno foi imediatamente instaurado.
A repercussão levou o comandante José Sousa a renunciar ao cargo nesta sexta-feira (28), afirmando não ter condições de permanecer à frente da instituição após as denúncias. Em mensagem dirigida ao efetivo, disse que a decisão foi tomada “com dignidade” e em respeito à corporação, reforçando que a prioridade absoluta deve ser a proteção da vítima. O ex-comandante declarou ainda que jamais teve conhecimento prévio de práticas semelhantes e que não tolerará condutas que violem a dignidade humana.
Segundo o Ministério Público, o jovem foi submetido a atos violentos em setembro, dentro do quartel, sendo posteriormente encorajado a denunciar os fatos. O tribunal responsável pelo caso determinou medidas restritivas severas aos suspeitos: todos estão proibidos de se aproximar da vítima ou de frequentar locais onde ela vive e trabalha, além de não poderem manter contato entre si ou com testemunhas. A Justiça considerou existir risco de continuidade delitiva, de interferência na investigação e de perturbação da ordem pública.
A corporação vive agora um período de reconstrução institucional. Ao deixar o cargo, José Sousa pediu unidade aos bombeiros e destacou que a essência da instituição — baseada em honra, missão e serviço público — não pode ser manchada por atos isolados. O caso segue em investigação, com forte acompanhamento da opinião pública e das autoridades, dada a gravidade das acusações e a comoção gerada na região.
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