Em uma revelação surpreendente para o mundo da arqueologia, pesquisadores da A Lasca Arqueologia desenterraram mais de 2.000 artefatos de pedra lascada no sítio arqueológico Passa Cinco III, localizado em Ipeúna, São Paulo. Estas peças, estimadas entre 4.000 e 8.000 anos, oferecem uma janela para o cotidiano e as práticas dos primeiros habitantes do território que hoje conhecemos como o estado de São Paulo.
A impressionante quantidade e conservação dos artefatos encontrados não apenas destacam a habilidade e o engenho dessas comunidades antigas, mas também sugerem um uso contínuo do local como oficina de lascamento ao longo de várias gerações. Lúcia Oliveira Juliani, renomada geóloga e diretora de A Lasca, ressalta a importância desta descoberta, que se destaca pela preservação e volume dos artefatos.
Os pesquisadores acreditam que essas ferramentas de pedra foram essenciais para a sobrevivência e desenvolvimento das comunidades neolíticas, sendo usadas em uma variedade de atividades, desde o processamento de fibras vegetais e madeira até a preparação de alimentos e materiais de caça. Esta descoberta oferece uma compreensão mais profunda das técnicas de fabricação de ferramentas e do estilo de vida desses povos antigos.
A equipe de A Lasca Arqueologia está realizando um meticuloso trabalho de higienização, catalogação, medição e documentação fotográfica dos artefatos. Caroline Rutz, a arqueóloga responsável pelo laboratório, destaca a importância das estilhas menores, frequentemente subestimadas, mas cruciais para tarefas diárias como corte e perfuração.
Após a conclusão dos estudos, esses artefatos históricos serão transferidos para o Museu Municipal Elisabeth Aytai em Monte-Mor, São Paulo. Lá, eles servirão como testemunhos tangíveis da rica história pré-histórica da região, educando e inspirando gerações futuras.
A descoberta em Ipeúna é um marco significativo na arqueologia brasileira, lançando luz sobre as práticas e a vida dos primeiros habitantes do estado de São Paulo. Este achado não apenas enriquece nosso entendimento da história humana na região, mas também destaca a importância de preservar e estudar nosso patrimônio cultural e arqueológico. À medida que os artefatos encontram um novo lar no Museu Elisabeth Aytai, eles continuam a contar a história de um passado longínquo, preservando o legado dos nossos ancestrais para as futuras gerações.