A volta ao mundo com 10 livros que todo mundo deveria ler

Nem sempre é preciso embarcar num avião para cruzar fronteiras, aprender novos idiomas ou mergulhar em culturas desconhecidas. Os livros nos oferecem uma passagem única: silenciosa, profunda e — por que não? — revolucionária. Em tempos em que o mundo parece mais interconectado do que nunca, conhecer narrativas de diferentes partes do globo se tornou mais do que uma curiosidade literária: é uma forma de ampliar horizontes e afinar a empatia.

1. Norwegian Wood – Haruki Murakami (Japão)

Ambientado no Tóquio dos anos 60, o romance de Murakami é um mergulho sensível na juventude, no luto e nos labirintos emocionais do amor. A narrativa mistura nostalgia e introspecção, num estilo que conquistou leitores de todas as partes do mundo. É impossível sair ileso dessa leitura.

A volta ao mundo com 10 livros que todo mundo deveria ler

2. Meio sol amarelo – Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria)

Uma das vozes mais potentes da literatura africana contemporânea, Adichie retrata o impacto da Guerra de Biafra sobre famílias nigerianas, misturando relações pessoais, política e colonização. Com personagens inesquecíveis e uma escrita firme, a autora revela um lado da história africana muitas vezes ignorado no Ocidente.

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3. Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski (Rússia)

Sim, é um clássico. E sim, continua absolutamente atual. A história de Raskólnikov, um jovem estudante que tenta justificar o assassinato de uma agiota, é uma investigação filosófica sobre culpa, moral, redenção e os limites da consciência humana. A Rússia do século XIX aqui se torna um espelho de dilemas eternos.

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4. Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa (Brasil)

Mais do que um romance, é um universo. O sertão brasileiro vira cenário para uma epopeia linguística e metafísica, em que Riobaldo narra sua vida entre jagunços, paixões e pactos com o diabo. Uma leitura desafiadora, mas que recompensa com beleza única e visão filosófica sobre a existência.

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5. O estrangeiro – Albert Camus (França)

Camus entrega uma narrativa seca, cortante, sobre um homem que mata outro na praia e se vê julgado mais por sua indiferença emocional do que pelo crime. A obra é a essência do existencialismo francês e questiona o absurdo da vida com uma frieza perturbadora.

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6. Cem anos de solidão – Gabriel García Márquez (Colômbia)

Realismo mágico em seu ápice. A saga dos Buendía, na fictícia Macondo, é uma fábula sobre a América Latina, seus excessos, seus fantasmas e sua memória coletiva. Mais do que um livro, é uma experiência literária que oscila entre o fantástico e o profundamente humano.

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7. Persépolis – Marjane Satrapi (Irã)

Contado em formato de graphic novel, Persépolis é o relato autobiográfico de uma menina crescendo no Irã durante a Revolução Islâmica. Ao mesmo tempo comovente e didático, é um testemunho sobre repressão, liberdade, identidade e a força das mulheres em contextos opressores.

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8. O deus das pequenas coisas – Arundhati Roy (Índia)

Com uma linguagem poética e não-linear, Roy narra a infância de gêmeos em uma sociedade marcada por castas, amores proibidos e convenções esmagadoras. A Índia aqui não é cartão-postal: é complexa, contraditória e profundamente tocante.

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9. A montanha mágica – Thomas Mann (Alemanha)

Um jovem alemão visita um primo num sanatório nos Alpes e acaba ficando anos ali, imerso em debates filosóficos, reflexões sobre a morte e observações da decadência europeia pré-Primeira Guerra. Um clássico para quem gosta de mergulhar em leituras densas e transformadoras.

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10. Beloved – Toni Morrison (Estados Unidos)

Ganhador do Prêmio Pulitzer, o romance aborda o trauma da escravidão por meio da história de Sethe, uma ex-escravizada assombrada — literalmente — pelo passado. Morrison escreve com lirismo, dor e coragem. Uma obra visceral, que mostra como os horrores da história moldam o presente.

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A volta ao mundo com 10 livros que todo mundo deveria ler

Conclusão

Cada uma dessas obras carrega consigo o DNA de uma nação, de uma época, de um povo. Mas todas tocam em feridas e belezas que são comuns à condição humana. Ao lê-las, não apenas conhecemos novos mundos, como também revisitamos nossas próprias verdades com olhos renovados.

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