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A revelação de mais de 800 tumbas egípcias em uma antiga necrópole

O grande conjunto de sepulturas antigas em Lisht, no Egito, pode oferecer pistas sobre a vida e a morte no Médio Império há aproximadamente 4 mil anos.
PHOTOGRAPHY BY SARAH PARCAK
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Em uma incrível reviravolta da história arqueológica, uma das maiores concentrações de túmulos do Médio Império foi revelada pela primeira vez no deserto próximo à vila de Lisht, no Egito. Escondida sob a vastidão das areias do Saara, esta necrópole, que se estende ao sul de Al Ayyat, tem agora suas histórias antigas desenterradas para o mundo contemporâneo testemunhar.

Durante milênios, essa necrópole permaneceu oculta, com suas tumbas silenciosas escondidas sob camadas de areia. No entanto, em uma expedição conjunta entre a Universidade do Alabama em Birmingham e o Ministério de Antiguidades do Egito, a verdadeira extensão desta antiga cidade dos mortos veio à luz. Em uma única temporada de campo, foram mapeadas impressionantes 802 tumbas, cada uma com aproximadamente 4 mil anos de idade.

O Médio Império, que abrangeu os anos de 2030 a 1650 a.C., foi um período de grande prosperidade cultural e artística no Egito. As recentes descobertas em Lisht oferecem um vislumbre dessa era dourada, revelando detalhes sobre as vidas e os rituais funerários das pessoas que uma vez habitaram esta região. Segundo a arqueóloga Sarah Parcak, co-líder da expedição, o que foi encontrado em Lisht representa um dos maiores conjuntos de tumbas do Médio Império em todo o Egito.

As tumbas recém-descobertas em Lisht formam um labirinto subterrâneo complexo, muitas vezes comparado aos sinuosos túneis das tocas de coelhos. Com muitos túmulos de poço comportando várias sepulturas, estima-se que o sistema mortuário interligado possa ter abrigado até 4 mil indivíduos. Essa rede subterrânea oferece uma visão única da estrutura social e das práticas mortuárias da época.

Apesar dos desafios impostos pelo saque ao longo dos séculos e pelas instabilidades econômicas mais recentes, os arqueólogos acreditam que ainda há muito a ser descoberto em Lisht. Fragmentos de cerâmica, restos mortais e estruturas de túmulos oferecem pistas valiosas sobre a vida cotidiana e as crenças religiosas dos antigos habitantes desta região.

O trabalho em Lisht está longe de ser concluído. A equipe de pesquisa espera continuar suas investigações, concentrando-se na região norte do sítio arqueológico na próxima temporada. Como observa Parcak, assim como em tantos outros sítios arqueológicos no Egito, há ainda muito a ser mapeado, descoberto e compreendido.

Essas recentes descobertas em Lisht não apenas enriquecem nossa compreensão do passado egípcio, mas também lançam luz sobre a rica e fascinante história da humanidade. À medida que os arqueólogos continuam desenterrando os segredos enterrados sob as areias do deserto, novas narrativas emergem, conectando o passado ao presente de maneiras emocionantes e inspiradoras.

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