A origem da lenda do bicho papão

Desde os primórdios da humanidade, mitos e lendas serviram para educar, amedrontar ou simplesmente entreter as pessoas. Uma dessas histórias é a do bicho papão, uma figura presente em diversas culturas ao redor do mundo, que atravessou séculos e continua viva no imaginário popular.

O bicho papão é uma criatura folclórica com profundas raízes nas tradições europeias e em culturas de outros continentes. Seu nome é associado a uma figura que “come criancinhas desobedientes”, servindo como um artifício pedagógico para disciplinar os pequenos. Embora as descrições do bicho papão variem, ele costuma ser representado como uma figura monstruosa, de aspecto sombrio, que se esconde em cantos escuros, armários ou debaixo da cama.

Na Europa medieval, as narrativas sobre o bicho papão eram comuns. Em Portugal, por exemplo, ele aparece como o “Papão” ou “Homem do Saco”. Historiadores acreditam que essas figuras emergiram como simbolismos para expressar medos reais, como invasões, guerras ou a fome, em uma forma mais abstrata e compreensível pelas crianças. Em outras culturas, como na Índia, existem criaturas semelhantes, como o “Baba Yaga”, que desempenha um papel similar no controle comportamental infantil.

Ao longo dos séculos, o bicho papão não foi apenas um recurso para assustar crianças; ele também desempenhou papéis significativos no tecido social. A figura funcionava como um mecanismo de controle social, refletindo a necessidade das comunidades de criar limites claros de comportamento. Crianças aprendiam a evitar situações perigosas, como sair de casa sozinhas ou explorar lugares proibidos, temendo o aparecimento da criatura.

Do ponto de vista psicológico, o bicho papão também pode ser interpretado como uma externalização dos medos infantis. Especialistas em folclore e psicologia infantil argumentam que ele personifica o desconhecido e ajuda as crianças a lidar com seus temores, colocando-os fora de si mesmas.

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