Em 1946, a pequena vila de Santo Antonio era um lugar onde tropeiros e viajantes se aventuravam a ir. Mas para os corajosos brasileiros e argentinos que ousavam desbravar essa região numa época de muito mato e bichos selvagens, havia um refúgio de madeira que abrigava os viajantes com o melhor que a vila poderia oferecer.
O hotel de madeira de Olympio Camargo era o ponto de encontro para os aventureiros da época. Com tábuas provavelmente lascadas e coberto por tabuinhas, não era um hotel cinco estrelas, mas era tudo o que os viajantes precisavam para repousar e se preparar para as próximas aventuras.
O caminhão estacionado em frente ao hotel pertencia ao argentino Ramón Esquivel, um dos muitos visitantes que se hospedavam ali. E não era só o hotel que chamava a atenção, mas também a beleza natural que cercava a vila de Santo Antonio. Árvores nativas cresciam em abundância em volta do hotel, criando um ambiente acolhedor e tranquilo.
O hotel de madeira era a melhor opção para os aventureiros da época, já que a vila ainda nem tinha se tornado um município. Mas mesmo sem as comodidades de um hotel moderno, o local oferecia o que os viajantes precisavam: um lugar seguro para repousar depois de um longo dia de viagem.
Hoje, esse hotel de madeira não existe mais, mas as histórias da época em que Santo Antonio era apenas uma pequena vila, ainda ecoam na memória dos moradores locais. A lembrança do hotel de madeira, as histórias dos viajantes e as árvores nativas que cercavam o local permanecem como testemunho de uma época que já se foi.
Fico imaginando chegar, ao entrar o ranger do assoalho, no balcão de madeira, um rolo de fumo e baleiro de três andares. Com a chave, imagino ser conduzido a um quarto pequeno, de madeira, com apenas uma cama de madeira grossa, de colchão de palha e travesseiro de pena. Sem banheiro, sem tv, sem internet, sem celular, sem janta, sem luz, bom… a solução mesmo, era deitar e dormir!