A história das lojas Tupinambá que marcou o comércio da Tri Fronteira há 50 anos

Por Luiz Veroneze – MTB 9830/PR

A Tri Fronteira, região conhecida por sua dinâmica peculiar que une culturas, histórias e economias, reserva em seu coração histórias de empreendedorismo e progresso que marcaram gerações.

Neste ano em que se celebra os 50 anos da Associação Empresarial da Fronteira – Ascoagrin, um fato da história local tomamos como destaque: a Lojas Tupinambá, inaugurada por Geraldo Guariente, ex-prefeito de Barracão e um dos fundadores da Ascoagrin, também em 1974.

Este estabelecimento não foi apenas um negócio, mas um marco na história do comércio local, empregando muitas pessoas e servindo como referência em tecidos e produtos para o lar.

A Tupinambá teve seu início onde hoje se situa o Banco Itaú, mudando-se posteriormente para o terreno ao lado, e em seguida a um ponto em frente ao Supermercado São José. A escolha do local foi estratégica, ocupando o espaço de uma loja tradicional anteriormente gerida por Antônio Zabot, as Lojas Renner.

lojas tupinamba santo antonio

A foto acima mostra a lojas Tupinambá aberta no município de Santo Antonio do Sudoeste. A foto superior, mostra a loja em Barracão. As lojas foram um marco na história do comércio regional.

A publicação de uma foto nas redes sociais da loja Tupinambá pelo Jornal da Fronteira (JF), em janeiro de 2024, desencadeou uma onda nostálgica, com muitos compartilhamentos e comentários. A imagem, datada de 1974, traz à tona a memória de Geraldo Guariente e das primeiras funcionárias, marcando o início de uma era na região.

Um dos filhos do fundador da Loja, Carlos Eduardo Guariente, obteve informações com seu irmão Márcio, e repassou ao JF, mais detalhes.

A foto foi tirada no ano de 1974, logo após a inauguração da Loja Tupinambá em Barracão. Inicialmente ela funcionou neste prédio, de propriedade de Antônio Zabot, depois foi construído o Banestado que foi comprado pelo banco Itaú. Às pessoas da foto são: Geraldo Guariente de blusa aberta, a mulher loira se chamava Delires e outra, que são as primeiras funcionárias, o de chapéu era um tal de Carioca, vendedor de bilhetes da loteria. Ao lado da loja ficava a lotérica Ás de Ouro, do Tabelinha.

Um pouco antes no fim dos anos 70, quando o prédio do Zabot foi destruído para venda do terreno (por volta de 1977, a lojas Tupinambá foi instada no imóvel vizinho, ao lado do restaurante de Calcanhoto, que depois se tornou a loja de confecções do Jorge Issa (pai do Sure, da Suria e da Jamile). A loja Tupinambá ficou neste espaço até 1982, quando Geraldo locou o terreno inteiro do edifício pertencente a Silvio Centenaro (o prédio que ocupava a esquina inteira, onde hoje tem a Farmácia Brava) que na época ficava ao lado da Farmácia Santa Gema e em frente ao comércio do José Valiatti (hoje Supermercado São José). Neste local, Geraldo manteve a loja 1981/82 até por volta de 1992, quando ele vendeu a loja.

Geraldo Guariente tinha sociedade com dois cunhados, Sebastião Martins Portellinha (irmão da sua esposa, a Judith Maria Portelinha Guariente, que hoje dá seu nome a uma escola em Barracão) e José Dariff (esposo da irmã Fatima M.P. Dariff). Eles instalaram primeiro a lojas Tupinambá em Santo Antonio do Sudoeste. Como as vendas estouraram por causa da época de lavoura onde os colonos recebiam do banco os subsídios e dinheiro para plantação, eles iam fazer o chamado “rancho”. Isso fez com que Sebastião tocasse a loja de Santo Antonio.

Geraldo então abriu neste mesmo ano a Lojas Tupinambá no local da fotografia mencionada, em Barracão. Além disto, algum tempo depois José Dariff abriu outra loja em Pato Branco.

O nome da empresa deles era Comércio Uirapurú de Tecidos e Confecções Ltda. Depois em 1983, Geraldo comprou a parte dos cunhados no contrato social absorvendo todo o estoque das lojas de Santo Antonio e Pato Branco e centralizando as vendas todas em Barracão, o que fez com que a esposa de Geraldo, Judith abrisse a Magazine Amábile (em frente à loja dos Silvestre, na Sete de Setembro).

“Nome esse inspirado na minha avó materna que se chamava Amabile Clementina Sannazaro e que foi a mentora e fundadora de todas as Lojas Tupinambá no estado do Paraná e Mato Grosso (eram diversos parentes usando o mesmo nome de fantasia da Loja). Você ouvirá relatos de ter lojas Tupinambá em Cascavel, Realeza, Guaíra, Foz do Iguaçu, Santa Helena e Dourados-MS. A família da minha mãe, professora Judith, os Portelinhas são um dos grandes pioneiros do comércio de varejo no interior do Paraná. O nome Lojas Tupinambá, veio inspirado da primeira loja da família da minha mãe que ficava no atual distrito de Tupinambá, no município de Astorga-PR”, comentou Carlos Eduardo Guariente.

Das muitas pessoas comentaram sobre a foto, grande parte recordou momentos e congratulou a família Guariente. Vamos citar dois comentários, que nos chamaram a atenção.

O primeiro comentário é de uma ex-cliente. O outro, de uma ex-funcionária.

Wagneia Da Silva Lamera, ex-cliente, contribuiu dizendo: “Nossa tive um lapso de memória agora. Por volta de 1983, minha mãe, eu e alguns dos meus irmãos, fomos para o centro, pois morávamos ali próximo a atual rodoviária. Nos sentamos na escadaria da loja Tupinambá, enquanto nossa mãe fazia compras eu olhava os menores. Era uma loja muito popular na época, com preços acessíveis. Lembranças guardadas no fundo da memória”.

Ivete Maria Surdi, ex-funcionária, comentou: “Lojas Tupinambá, o prédio era aonde é o Banco Itaú atualmente, não cheguei a trabalhar nesse prédio, mas fui funcionária das Lojas Tupinambá por seis anos já na edificação de alvenaria em outro endereço onde está hoje está a Farmácia Brava. Saudades da família Guariente, tempos prósperos. Cecilia Wittcel Dias, Elenir Dias Ló, Marli Wittcel Dias, Zeli Inês Lippi, Carlos Eduardo Guariente, Geraldo Henrique Guariente, Ione Poletto, Sirlei A B Porfirio, Beatriz Girardi, Márcio Augusto Guariente e a nossa querida e saudosa Marlene Chiogna Girardi, gratidão e saudades eternas dos nossos queridos seu Geraldo Guariente e dona Judith Guariente”. (Não sabemos se ela cita essas pessoas para que as mesmas vejam a postagem, ou se refere a elas por terem sido ex-funcionários).