O mundo subaquático sempre fascinou a humanidade, ocultando segredos e vestígios de tempos imemoriais.
A cada tempo, grupos de arqueólogos aquáticos apresentam novas descobertas de cidades antigas nas profundezas escuras dos oceanos, estas que deixam o mundo perplexo com os avanços dos povos antigos.
Em “Underworld: The Mysterious Origins of Civilization”, Graham Hancock levanta um véu sobre as estruturas subaquáticas globais, desafiando a compreensão histórica tradicional. A descoberta de uma cidade submersa a mais de 700 metros nas águas cubanas por Paulina Zelitsky e Paul Weinzweig agita as águas do conhecimento convencional, questionando o que sabemos sobre o passado da Terra.
A cidade cubana encontra-se a uma profundidade surpreendente, muito além do limite máximo conhecido do nível do mar. Enquanto outras estruturas subaquáticas são encontradas a até 120 metros de profundidade, esta cidade desafia as expectativas. A explicação convencional de submersão devido a eventos tectônicos é questionada por especialistas como Grenville Draper, que argumenta contra a viabilidade de tal fenômeno em tal magnitude.
Diante da improbabilidade de um evento tectônico catastrófico, surgem teorias alternativas. Uma sugere que a cidade foi construída na profundidade atual, uma ideia que desafia a lógica e a história conhecida. O paralelo com o Mar Mediterrâneo, mencionado por Plínio, sugere a possibilidade de mudanças geológicas drásticas capazes de transformar paisagens inteiras. Poderia o Caribe ter seguido um caminho semelhante, transformando-se de uma bacia seca em um mar profundo?
Uma teoria fascinante é apresentada por alguns especialistas, de que o Caribe poderia ter sido uma bacia seca durante a existência do homem anatomicamente moderno. Esta hipótese sugere que condições climáticas e geográficas específicas poderiam ter mantido a bacia do Caribe seca, permitindo a construção de cidades em terra firme. Essas cidades teriam sido submersas posteriormente com a formação do Mar do Caribe. Esta teoria oferece uma explicação plausível para a existência de uma cidade a tamanha profundidade.
Para sustentar essa teoria, duas condições são necessárias: a existência de uma massa de terra contínua onde hoje é o arquipélago das Índias Ocidentais e um balanço hídrico favorável à evaporação. As evidências climáticas sugerem que a região do Caribe manteve um balanço de evaporação superior à precipitação ao longo da história humana. Resta, portanto, determinar a configuração geológica do arquipélago caribenho ao longo do tempo.
A cidade subaquática cubana representa mais do que um enigma arqueológico, é um convite para repensar a história da Terra e da humanidade. Embora a teoria da bacia seca do Caribe seja especulativa, ela abre portas para novas investigações e questionamentos sobre o passado do nosso planeta.
Como jornalistas e cientistas, devemos estar abertos a novas possibilidades, sempre buscando a verdade nas profundezas do conhecimento humano. Certamente muitos mistérios antigos ainda serão descobertos pelos arqueólogos e cientistas, que deixarão o mundo se perguntando: em que momento na história da humanidade tivemos uma ruptura no desenvolvimento humano?