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Os túmulos perdidos: A busca épica por Nefertiti e Cleópatra VII que pode reescrever a História do Egito

O Egito é um palco eterno de mistérios. Sob suas areias e mares repousam não apenas pirâmides e templos, mas também histórias de poder, beleza e tragédia que moldaram a civilização humana. Entre os enigmas mais sedutores estão os destinos de duas das mulheres mais influentes da Antiguidade: Nefertiti e Cleópatra VII.

Separadas por mais de um milênio, ambas desafiaram tradições, exerceram poder de forma extraordinária e terminaram suas vidas cercadas de mistério. Onde repousam seus corpos? Por que a História insiste em mantê-las escondidas?

No século XXI, a arqueologia vive uma corrida dupla. De um lado, o egiptólogo Zahi Hawass escava o Vale dos Reis em busca do túmulo de Nefertiti, encontrando artefatos que sugerem proximidade da revelação. De outro, a dominicana Kathleen Martinez, em colaboração com o explorador Robert Ballard, acaba de anunciar uma descoberta extraordinária: um porto submerso em Taposiris Magna, que pode estar ligado ao sepultamento de Cleópatra.

Estamos diante de um dos momentos mais empolgantes da arqueologia moderna.

Nefertiti: a rainha que mudou o culto dos deuses

Nefertiti viveu no século XIV a.C. ao lado de Aquenáton, o faraó que tentou reformar a religião egípcia. Juntos, proclamaram o culto exclusivo a Atón, o deus-sol, rompendo com milênios de tradição politeísta. Essa revolução religiosa, conhecida como a “heresia de Amarna”, colocou Nefertiti em posição de destaque inédito: não apenas consorte, mas possivelmente faraó após a morte do marido.

Sua beleza imortalizou-se no busto encontrado em 1912 em Amarna, mas sua tumba continua perdida. A ausência de registros sobre sua morte e sepultamento abriu espaço para teorias: teria sido apagada por sucessores? Teria reinado sob outro nome?

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O Vale dos Reis, próximo a Luxor, abriga tumbas majestosas de faraós do Novo Império. Foi lá que Howard Carter encontrou Tutancâmon em 1922. Agora, Zahi Hawass acredita que o segredo de Nefertiti também repousa sob essas areias.

Pesquisas de radar sugerem câmaras ocultas próximas à tumba de Tutancâmon (KV62). Hawass reforça essa teoria ao encontrar anéis, pulseiras e fragmentos de cerâmica ligados ao período amarniano. Esses objetos, decorados com símbolos femininos de poder real, reacendem a hipótese de que Nefertiti possa ter sido sepultada como faraó.

O próprio Hawass declarou: “Estamos próximos da maior descoberta arqueológica do século. Encontrar Nefertiti mudará nossa compreensão do Egito Antigo tanto quanto a descoberta de Tutancâmon.”

Cleópatra VII: a última rainha do Egito

Avançando para o século I a.C., encontramos Cleópatra VII, a última rainha da dinastia ptolemaica. Mais conhecida que Nefertiti, sua vida foi marcada por alianças políticas com Júlio César e Marco Antônio, tentando salvar o Egito da dominação romana.

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Após a derrota em Ácio, Cleópatra teria tirado a própria vida em 30 a.C., possivelmente com a mordida de uma serpente. Mas onde foi sepultada? Fontes antigas, como Plutarco, afirmam que ela e Marco Antônio foram enterrados juntos em um mausoléu real. A devastação de Alexandria por terremotos e maremotos, porém, teria engolido esse local.

Desde 2005, a arqueóloga dominicana Kathleen Martinez sustenta que Cleópatra escolheu ser enterrada em Taposiris Magna, um templo a 48 km de Alexandria, dedicado à deusa Ísis.

Suas escavações já revelaram moedas com a imagem da rainha, estátuas, túneis subterrâneos e centenas de artefatos do período ptolomaico. Em 2022, um túnel de 1.300 metros, descrito como “milagre da engenharia”, foi encontrado a 12 metros de profundidade, estendendo-se em direção ao Mediterrâneo.

Agora, a equipe de Martinez e Ballard revelou uma descoberta ainda mais impressionante: um porto submerso conectado ao complexo do templo.

Com tecnologia avançada de mapeamento por sonar, a equipe identificou estruturas de pedra em fileiras sistemáticas, ânforas, âncoras de metal e um piso polido sob o mar. O levantamento revelou que o litoral na época de Cleópatra ficava 4 km mais próximo do templo, mas terremotos registrados entre 320 e 1303 d.C. alteraram drasticamente a geografia, afundando parte da cidade.

Entre as descobertas mais emblemáticas estão três pilares de pedra, apelidados de “Três Irmãs”, e pedestais de basalto semelhantes aos do templo de Ísis. Essa infraestrutura sugere que Taposiris Magna não era apenas religioso, mas também um centro marítimo estratégico durante o reinado de Cleópatra.

O Ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sharif Fathi, destacou: “Esta descoberta mostra que a costa egípcia era também um centro de comércio e comunicação cultural. Taposiris Magna tinha um papel central no Mediterrâneo.”

Martinez acredita que Cleópatra orquestrou um plano para ocultar seu corpo e o de Marco Antônio dos romanos. A conexão do templo com o culto a Ísis reforça essa hipótese: Cleópatra teria buscado se unir a Marco Antônio como Osíris e Ísis, encarnando um mito eterno de amor e ressurreição.

O porto recém-descoberto pode ter servido de rota funerária, transportando o corpo da rainha em segredo até uma câmara subterrânea. A ligação entre o túnel de 1,3 km e o porto reforça essa narrativa.

A participação do explorador Robert Ballard, famoso por localizar o Titanic, trouxe tecnologia de ponta à missão. Com veículos submersíveis e mapas digitais de 10 km de área subaquática, Ballard identificou pontos estratégicos para futuras escavações.

Essas explorações avançam agora para a área chamada “Salam 5”, onde mergulhadores já encontraram artefatos e estruturas que podem estar diretamente ligadas ao complexo funerário.

Dois caminhos, um mesmo fascínio

Enquanto Hawass escava sob o sol escaldante do Vale dos Reis, Martinez e Ballard enfrentam as águas do Mediterrâneo. Ambos buscam dar resposta a enigmas milenares que vão além da localização de tumbas: tratam-se de redescobrir narrativas femininas de poder, apagadas ou ocultadas pela História.

O destino de Nefertiti e Cleópatra é, em si, um espelho das tensões entre política, religião e memória. Encontrá-las significará não apenas desenterrar ossos, mas reabrir capítulos da humanidade.

O Egito Antigo continua a surpreender. Cada novo achado não encerra mistérios, mas multiplica perguntas. A busca por Nefertiti e Cleópatra une ciência, tecnologia e paixão pela História.

Zahi Hawass acredita que a rainha de Amarna repousa nas montanhas de Luxor. Kathleen Martinez aposta sua vida que Cleópatra está em Taposiris Magna. E o mundo aguarda, com ansiedade, pela confirmação de que os túmulos perdidos das rainhas mais famosas do Egito serão finalmente revelados.

Quando isso acontecer, não será apenas uma vitória da arqueologia. Será a reescrita de nossa própria herança cultural, um reencontro com as mulheres que desafiaram deuses, imperadores e o tempo.

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