O dia 6 de março de 2025 marca 12 anos sem Chorão, um dos maiores nomes do rock nacional. Vocalista, letrista e alma do Charlie Brown Jr., Alexandre Magno Abrão deixou uma marca indiscutível na música brasileira. Sua poesia urbana, suas críticas ácidas e sua autenticidade fizeram dele um ídolo de gerações. Mais do que um roqueiro, Chorão era um cronista da vida real, cantando sobre dores, amores e revoltas com uma intensidade que poucos artistas conseguiram replicar.
Chorão nasceu em 9 de abril de 1970, em São Paulo, e passou grande parte da vida em Santos, cidade que influenciou sua personalidade e suas letras. Antes de se tornar um ícone do rock, teve uma infância comum e enfrentou desafios como qualquer jovem de periferia. Apaixonado por skate, chegou a competir profissionalmente, o que inspirou grande parte da identidade do Charlie Brown Jr. O nome da banda se tornou Charlie Brown JR. devido à um acidente quando Chorão perdeu o controle do carro e bateu em um barraca com o nome Charlie Brown, ele acrescentou o “Júnior” pois ele dizia que eles eram os “filhos do rock”.
A começo de Charlie Brown Jr.
O Charlie Brown Jr. surgiu no início dos anos 1990, mas foi em 1997 que tudo mudou com o lançamento do álbum “Transpiração Contínua Prolongada”. Canções como “O Coro Vai Comê” e “Proibida Pra Mim” conquistaram rapidamente os fãs e colocaram a banda entre as mais populares do país.
Com uma sonoridade que misturava rock, punk, rap e reggae, o Charlie Brown Jr. cresceu e virou um fenômeno. Álbuns como “Nadando com os Tubarões” (2000) e “Bocas Ordinárias” (2002) consolidaram o grupo, levando-os ao topo das paradas. Sucessos como “Zoio de Lula”, “Lugar ao Sol” e “Céu Azul” marcaram a juventude de milhares de brasileiros.
O romance com Graziela Gonçalves
Na vida pessoal, Chorão viveu um intenso relacionamento com Graziela Gonçalves, sua grande musa inspiradora. Casados por mais de 15 anos, tiveram uma história de altos e baixos, marcada por amor, complicações e influência na carreira do cantor. Foi para Graziela que Chorão compôs algumas das músicas mais românticas do Charlie Brown Jr., como “Proibida Pra Mim” e “Ela Vai Voltar”. Grande parte de suas músicas para Grazi era feliz e com aquele toque de amor, mas a música “Hoje sou eu que não mais te quero” foi a primeira música triste escrita para a mulher amada.
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Graziela, depois de 7 anos da morte do vocalista e de muitos pedidos, decidiu escrever um livro contando a história de amor entre ela e “Alê” – como ela chamava Alexandre. Ela conta no livro que Chorão tinha a mania de terminar todas as palavras com “on” então depois de um tempo com Grazi, ele mudou seu apelido para “Grazon” e assim ela ficou para ele.
Após o fim do relacionamento, o vocalista mergulhou em uma fase de altos e baixos emocionais, refletida em suas músicas e no comportamento cada vez mais instável.
A tragédia e o fim
Em 6 de março de 2013, Chorão foi encontrado morto em seu apartamento em São Paulo. A causa foi uma overdose de cocaína, evidenciando uma luta interna que, apesar de todo o sucesso, nunca conseguiu vencer completamente. Sua partida foi um choque para fãs e músicos, deixando uma lacuna imensurável na música brasileira.
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O legado de Chorão
Mesmo após sua morte, a música de Chorão continua viva. O Charlie Brown Jr. ainda é lembrado com amor e respeito, e suas canções seguem emocionando novas gerações. Em tributos, documentários e reedições de álbuns, sua presença persiste.
O impacto de Chorão vai muito além do rock. Ele foi a voz de uma juventude inconformada, de pessoas que buscavam espaço e de quem acreditava que a vida podia ser vivida com intensidade. Seu legado está em cada verso, em cada acorde e na memória de quem cresceu ouvindo suas palavras.